terça-feira, 21 de agosto de 2007

Agroturismo ou Turismo Rural

O Turismo Rural ou Agroturismo é uma opção interessante para o Desenvolvimento Sustentável de Alegrete/RS. Porém, para funcionar, deve ser planejada toda a cadeia do "trade" turístico: desde a montagem e oferecimento dos "produtos turísticos" em Agências de Viagem, incluindo o transporte dos turistas até Alegrete, a recepção deles na zona urbana (hospedagem, alimentação, comércio local, serviços como telefonia, Correios, internet, atendimento médico e hospitalar, segurança pública...), seu transporte até o Hotel ou Pousada Rural, as opções de lazer, a hospedagem rural, a alimentação, etc...

Como primeiro passo, sugiro que sejam feitas parcerias entre o comércio local, o Sindicato Rural, os órgãos públicos ligados ao turismo e à cultura, os órgãos públicos ligados à infra-estrutura, os órgãos públicos ligados à produção (indústria & agropecuária) e as instituições que integram o Sistema S (SENAR, SEBRAE, SESC, SENAI, SENAC, SESI, SESCOOP, SEST e SENAT).

Em um segundo momento, com o apoio das instituições do Sistema S, deve ser montada uma "Associação de Hotéis, Motéis, Pousadas, Restaurantes, Bares e Assemelhados". É através desta Associação que deverá ser trabalhada a parte da "trade turística" que envolve o turista enquanto ele se dirige à visitação das propriedades rurais ou enquanto aguarda sua viagem de volta ao lar.

O ideal é que se monte uma trade onde o maior número de instituições locais se beneficie financeiramente com a passagem do turista. Instituições Locais devem ser entendidas como aquelas onde a maior parte do capital recebido é investido dentro do município, ou seja, é gasto em bens e serviços dentro de Alegrete/RS. Um supermercado de uma grande rede, ainda que instalado em Alegrete/RS, não deve ser considerado "instituição comercial local", uma vez que a maior parte dos recursos que obtém são usados para adquirir bens e serviços de outros lugares do país e do mundo e que o lucro é enviado para uma Matriz localizada em outra cidade. Resumindo: a trade turística deve ter o compromisso de beneficiar o desenvolvimento de Alegrete/RS, dos cidadãos alegretenses, dos comerciantes alegretenses, dos artesãos e artistas alegretenses...

Em um terceiro momento é necessário organizar os proprietários rurais interessados em oferecer serviços ligados ao Turismo Rural ou Agroturismo. É desejável que esta organização se dê sob a forma de Cooperativa, visto que a finalidade desta organização será gerar lucro para seus associados. Nem todas as propriedades rurais precisam oferecer hospedagem para fazer parte do trade turístico, há outras formas de "produtos" que poderão ser oferecidos: passeios à cavalo, banhos de cachoeira, observação de fauna silvestre, alimentação típica, venda de artesanato local, venda de compotas e conservas, venda de embutidos e defumados, apresentações artísticas, produtos produzidos nas propriedades (frutas, grãos, carne, mel, etc).

Após listar todos os produtos disponíveis, devem ser montadas "rotas" ou "caminhos" a serem percorridos pelos turistas de forma que o maior número de propriedades rurais sejam beneficiadas financeiramente, ou seja, onde o maior número de produtores e moradores locais se beneficie financeiramente com a passagem deste turista. Produtores e moradores locais devem ser entendidos como pessoas que investirão dentro do município a maior parte do capital recebido, ou seja, gastarão a maior parte do dinheiro recebido em bens e serviços dentro de Alegrete/RS. Deve ser evitada a participação de "Empresas Turísticas" que, embora instaladas em Alegrete/RS, utilizem a maior parte dos recursos que obtém para adquirir bens e serviços de outros lugares do país e do mundo e ainda enviem o lucro para uma Matriz localizada em outra cidade. Resumindo: ao montar a "rota" turística, deve haver o compromisso de todos em beneficiar o desenvolvimento de Alegrete/RS, dos cidadãos alegretenses, dos produtores alegretenses, dos artesãos e artistas alegretenses...

Para facilitar uma melhor compreensão do que é o Turismo Rural ou Agroturismo, reproduzi abaixo algumas informações obtidas em sites na internet.

Um forte abraço!

Engª Agrª Eridiane Lopes da Silva

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O Agroturismo é uma modalidade de turismo praticada no meio rural, por agricultores familiares dispostos a compartilhar seu modo de vida com os habitantes do meio urbano. Os agricultores, mantendo suas atividades agropecuárias, oferecem serviços de qualidade, valorizando e respeitando o meio ambiente e a cultural local. Na maioria dos casos, o Agroturismo é associado à atividades de Agroecologia, Ecoturismo ou Educação ambiental

O agroturismo ajuda a estabilizar a economia local, criando empregos nas atividades indiretamente ligadas à atividade agrícola e ao próprio turismo, como comércio de mercadorias, serviços auxiliares, construção civil, entre outras, além de abrir oportunidades de negócios diretos, como hospedagem, lazer e recreação. Com relação aos benefícios ambientais, pode-se mencionar o estímulo à conservação ambiental e à multiplicação de espécies de plantas e animais, entre outros, pelo aumento da demanda turística. Economicamente, pode-se mencionar como exemplo de vantagens associadas ao agroturismo, a possibilidade de agregar valor aos produtos agrícolas do estabelecimento e a instalação de indústrias artesanais , por exemplo para a produção de alimentos regionais típicos. Além disso, desperta a atenção para o manejo, conservação e recuperação de áreas degradadas e da vegetação florestal e natural.


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O Turismo rural é uma modalidade do turismo que tem por objetivo apresentar como atração as plantações e culturas em áreas onde as mesmas, porventura, sirvam de referência internacional no chamado agronegócio.

Turismo Rural no Brasil

Segundo o documento, do Ministério do Turismo do Brasil, "Diretrizes para o Desenvolvimento do Turismo Rural", a conceituação de Turismo Rural fundamenta-se em aspectos que se referem ao turismo, ao território, à base econômica, aos recursos naturais e culturais e à sociedade. Com base nesses aspectos, e nas contribuições dos parceiros de todo o País, define-se Turismo Rural como: “o conjunto de atividades turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometido com a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio cultural e natural da comunidade”.

Atividades turísticas no meio rural

As atividades turísticas no meio rural constituem-se da oferta de serviços, equipamentos e produtos de:
a) hospedagem
b) alimentação
c) recepção à visitação em propriedades rurais
d) recreação, entretenimento e atividades pedagógicas vinculadas ao contexto rural
e) outras atividades complementares às acima listadas, desde que praticadas no meio rural, que existam em função do turismo ou que se constituam no motivo da visitação.
A concepção de meio rural adotada nas Diretrizes brasileiras, baseia-se na noção de território, com ênfase no critério da destinação e na valorização da ruralidade. Assim, considera-se território um espaço físico, geograficamente definido, geralmente contínuo, compreendendo cidades e campos, caracterizado por critérios multidimensionais, como ambiente, economia, sociedade, cultura, política e instituições, e uma população com grupos sociais relativamente distintos, que se relacionam interna e externamente por meio de processos específicos, onde se pode distinguir um ou mais elementos que indicam identidade e coesão social, cultural e territorial. Nos territórios rurais, tais elementos manifestam-se, predominantemente, pela destinação da terra, notadamente focada nas práticas agrícolas, e na noção de ruralidade, ou seja, no valor que sociedade contemporânea concebe ao rural, e que contempla as características mais gerais do meio rural: a produção territorializada de qualidade, a paisagem, a biodiversidade, a cultura e certo modo de vida, identificadas pela atividade agrícola, a lógica familiar, a cultura comunitária, a identificação com os ciclos da natureza.

O Comprometimento com a produção agropecuária identifica-se com a ruralidade: um vínculo com as coisas da terra. Desta forma, mesmo que as práticas eminentemente agrícolas não estejam presentes em escala comercial, o comprometimento com a produção agropecuária pode ser representado pelas práticas sociais e de trabalho, pelo ambiente, pelos costumes e tradições, pelos aspectos arquitetônicos, pelo artesanato, pelo modo de vida considerados típicos de cada população rural.

A prestação de serviços relacionados à hospitalidade em ambiente rural faz com que as características rurais passem a ser entendidas de outra forma que não apenas focadas na produção primária de alimentos. Assim, práticas comuns à vida campesina, como manejo de criações, manifestações culturais e a própria paisagem passam a ser consideradas importantes componentes do produto turístico rural e, conseqüentemente, valorizadas e valoradas por isso. A agregação de valor também faz-se presente pela possibilidade de verticalização da produção em pequena escala, ou seja, beneficiamento de produtos in natura, transformando-os para que possam ser oferecidos ao turista, sob a forma de conservas, produtos lácteos, refeições e outros.

O Turismo Rural, além do comprometimento com as atividades agropecuárias, caracteriza-se pela valorização do patrimônio cultural e natural como elementos da oferta turística no meio rural. Assim, os empreendedores, na definição de seus produtos de Turismo Rural, devem contemplar com a maior autenticidade possível os fatores culturais, por meio do resgate das manifestações e práticas regionais (como o folclore, os trabalhos manuais, os “causos”, a gastronomia), e primar pela conservação do ambiente natural.

No Brasil, são muito procurado o turismo rural em fazendas centenárias de Minas Gerais e Rio de Janeiro, como também passeios equestres no Pantanal Matogrossense e trilhas em fazendas históricas do interior paulista.

Turismo rural em Portugal

Em Portugal o turismo rural é criado em 1986 com a regulamentação do Decreto-Lei n.º 256/86 de 27 Agosto, sendo institucionalizadas três modalidades, turismo habitação, turismo rural e agro-turismo. Actualmente a definição apresentada pela DGT (Direcção Geral do Turismo) que se encontra no Decreto-Lei 54/2002 “Turismo no espaço rural consiste no conjunto de actividades, serviços de alojamento e animação a turistas, em empreendimentos de natureza familiar, realizados e prestados mediante remuneração, em zonas rurais.” (art. 1.º, Decreto-Lei n.º 55/2002, de 2 de Abril). Por zonas rurais é considerado todas “as áreas com ligação tradicional e significativa à agricultura ou ambiente e paisagem de carácter vincadamente rural” (art. 3.º, Decreto-Lei n.º 55/2002, de 2 de Abril).

Por serviços de alojamento compreende-se aqueles que são prestados na modalidade de, turismo de habitação, agro-turismo, turismo de aldeia, casas de campo, hotéis rurais, parques de campismo rurais.

O Turismo de Habitação caracteriza-se por solares, casas apalaçadas ou residências de reconhecido valor arquitectónico, com dimensões adequadas, mobiliário e decoração de qualidade.

O Agro-turismo caracteriza-se por casas de habitação ou os seus complementos integrados numa exploração agrícola, caracterizando-se pela participação dos turistas em trabalhos da própria exploração ou em formas de animação complementar.

O Turismo de Aldeia caracteriza-se pelo serviço de hospedagem prestado num conjunto de, no mínimo, cinco casas particulares situadas numa aldeia e exploradas de forma integrada, quer sejam ou não utilizadas como habitação própria dos seus proprietários, possuidores ou legítimos detentores.

As Casas de Campo são casas particulares e casas de abrigo situadas em zonas rurais que prestam um serviço de hospedagem, quer sejam ou não utilizadas como habitação própria dos seus proprietários.

Pecuária Orgânica




O que é pecuária orgânica?


O que é carne orgânica?

A carne orgânica certificada é uma carne produzida a partir de um sistema produtivo ambientalmente correto, socialmente justo e economicamente viável. Este sistema produtivo passa por auditoria e certificação, garantindo que carne é produzida da maneira mais natural possível, isenta de resíduos químicos e com preocupação socioambiental.


Qual a diferença entre a carne orgânica e a tradicional?

Na aparência, a carne orgânica assemelha-se às carnes bovinas convencionais encontradas facilmente nas casas de comercialização. A diferença está no modo de produção, que garante um produto de qualidade muito superior.


Quais as vantagens para a saúde?

Ao adquirir carne orgânica certificada, o consumidor tem a garantia de que está levando para casa um alimento isento de resíduos químicos, pois a carne é produzida da maneira mais natural possível, com os animais sendo tratados principalmente com medicamentos fitoterápicos e homeopáticos, vacinados e alimentados com pastos isentos de agrotóxicos. O processo de produção desta carne diferenciada garante o consumo de um alimento seguro e saudável.


Quais as vantagens para o meio ambiente?

A carne orgânica é produzida em fazendas de criação de gado certificadas, que seguem normas rígidas de certificação orgânica, que determinam um sistema de produção ambientalmente correto. Estas normas exigem primeiramente que os produtores cumpram a legislação ambiental, o que garante a proteção das áreas naturais obrigatórias que devem existir dentro de uma propriedade rural, tais como as matas nas beiras dos rios. Além do cumprimento da legislação ambiental, a certificação exige a proteção de nascentes e de corpos d`água, proíbe a utilização de fogo no manejo das pastagens, e por ser um sistema que proíbe o uso de agrotóxicos e químicos, evita a contaminação do solo e dos recursos hídricos localizados dentro da unidade produtiva.


Esse tipo de produção é comum em outros países?

A produção e o consumo de alimentos orgânicos são bem comuns na Europa e vem crescendo rapidamente também nos Estados Unidos e Austrália.


Desde quando o Brasil produz carne orgânica?

O Brasil tem um histórico de aproximadamente 10 anos na produção de carne orgânica, mas só nestes últimos três anos a cadeia produtiva vem se estruturando comercialmente. O objetivo é atender à demanda cada vez maior por alimentos que garantam a segurança alimentar, a proteção ao meio ambiente e a dignidade social.


Por que o consumo de carne orgânica ainda é baixo no Brasil?

A carne orgânica ainda não é bastante conhecida e consumida no Brasil, pois somente agora vêm sendo explorada de maneira comercial. É uma cadeia produtiva em estruturação, sendo que uma das prioridades é a de esclarecer ao consumidor as vantagens do produto em relação às carnes convencionais. De maneira geral, todos os produtos orgânicos são ainda pouco conhecidos. Eles são entendidos pela população como produtos sem agrotóxicos, mas, na verdade, possuem critérios ambientais e sociais importantíssimos em seus sistemas produtivos.


O que é consumo responsável?

Nossa cultura é a de consumir sem saber de onde vêm os produtos, como foram produzidos e os destinos dados aos resíduos (lixo) produzidos, e quais os impactos sociais e ambientais de nosso simples ato de consumir. O mundo passa por transformações bruscas, com impactos sociais e ambientais severos, agora trazidos a tona com a discussão sobre as mudanças climáticas e o uso irresponsável de nossos recursos naturais. Diante disto vem ganhando força no mundo um movimento pelo consumo responsável, também conhecido como consumo consciente ou sustentável. O consumo responsável é o simples ato de começarmos a escolher o que consumir baseados na avaliação de qual impacto nosso consumo poderá gerar na sociedade e no meio ambiente. O poder que temos nas mãos é imenso, pois, desde o nosso ato de usar a água em casa até a compra de um produto ou contratação de um serviço, poderemos influenciar e diminuir os impactos socioambientais gerados pelo uso e consumo irracional de nossos recursos naturais. Portanto, antes das compras, é importante perguntar: necessito, mesmo, desse produto ou serviço? Ele é econômico? Não-poluente? É reciclável? Seus ingredientes ou componentes são obtidos respeitando-se a preservação do meio ambiente e da saúde humana? Ele é seguro? A empresa respeita os direitos dos trabalhadores? A empresa respeita os direitos do consumidor?


Onde encontrar carne orgânica?

Atualmente, no Brasil, somente uma indústria tem comercializado carne orgânica certificada, produzida por duas associações de produtores de carne orgânica localizadas na Bacia Hidrográfica do Pantanal, a Associação Brasileira de Produtores de Animais Orgânicos (ASPRANOR), no estado do Mato Grosso, e a Associação Brasileira de Pecuária Orgânica (ABPO), no estado do Mato Grosso do Sul. Os cortes de carne orgânica podem ser encontrados nas capitais de estados como, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, em grandes redes varejistas.




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PECUáRIA ORGâNICA: PROCEDIMENTOS BáSICOS PARA UM BOM MANEJO DA CRIAçãO

Quando falamos de animais, normalmente esquecemos do solo. Todavia, na produção orgânica - que privilegia a criação extensiva – um dos princípios básicos é reconhecer o solo como fonte de vida. A qualidade e o equilíbrio da fertilidade do solo (manutenção de níveis de matéria orgânica, promoção da atividade biológica, reciclagem de nutrientes e intervenção controlada sem destruição do recurso natural) são essenciais para a sustentabilidade da propriedade. Assim, na produção orgânica, a saúde animal também está ligada à saúde do solo.

Outro ponto básico é a diversificação da propriedade, que pode ser alcançada com um manejo que utilize o policultivo, pastagens, sistemas agroflorestais, rotações de culturas, cultivos de cobertura, cultivo mínimo, uso de composto e esterco, adubação verde, quebra-ventos e áreas de reserva de mato. Este tipo de manejo potencializa a reciclagem de nutrientes, melhora o microclima local, diminui patógenos e insetos-praga, elimina determinados contaminantes e conserva e melhora a fertilidade do solo e a qualidade da água. É evidente, que as particularidades de cada sistema vão influenciar nestes resultados. No entanto, a diversificação por si só não é suficiente para a otimização do sistema. Faz-se necessário analisar a compatibilidade e complementaridade das explorações, visando a uma maior integração. Ou seja, a diversificação deve ser planejada de forma a integrar um conjunto produtivo (agricultura, floresta e animais), no qual cada atividade esteja relacionada na troca de materiais e benefícios com as outras. Esse procedimento visa impedir que a diversificação gere um sistema de produção descoordenado. Por isso, o planejamento é um requisito fundamental para um bom aproveitamento do potencial da propriedade, fator que permitirá uma maior independência do produtor. O objetivo de apresentar alguns procedimentos básicos para o manejo animal é a obtenção de uma produção orgânica satisfatória mantendo os animais em bom estado de saúde, sobretudo por meio de ações preventivas. Os principais procedimentos para manejo das pastagens, manejo do rebanho e instalações, nutrição e tratamento veterinário são apresentados resumidamente no quadro 1.


Quadro 1 - PROCEDIMENTOS TÉCNICOS PARA PRODUÇÃO ANIMAL EM AGRICULTURA ORGÂNICA:

1. MANEJO DE PASTAGENS

1.1. PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS
* Uso de técnicas de manejo e conservação de solo e água; nutrição das pastagens de acordo com as recomendações; controle de pragas, doenças e invasoras das pastagens de acordo com as normas;
* Pastagens mistas de gramíneas, leguminosas e outras plantas (diversificação);
* Pastoreio rotativo racional, com divisão de piquetes; manter solo coberto, evitando pisoteio excessivo;
* Rodízio de animais de exigências e hábitos alimentares diferenciados (bovinos, eqüinos, ovinos, caprinos e aves);

1.2. RESTRITOS
* Fogo controlado para limpeza de pastagem;
* Pastoreio permanente sob condições satisfatórias;
* Estabelecimento de pastagem em solos encharcados, rasos ou pedregosos;

1.3. PROIBIDOS
* Monocultura de forrageiras;
* Queimadas regulares;
* Superlotação de pastos;
* Uso de agrotóxicos e adubação mineral de alta solubilidade nas pastagens;

2. MANEJO DO REBANHO E INSTALAÇÕES

2.1. PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS
* Raças animais adaptadas à região; raças rústicas; aquisição de matrizes de criadores orgânicos; animais de fora devem ficar em quarentena;
* Instalações adequadas p/ o conforto e saúde dos animais, fácil acesso à água, alimentos e pastagens; espaço adequado à movimentação;
* Número de animais p/ área não deve afetar os padrões de comportamento;
* Criações de preferência em regime extensivo ou semi-extensivos, com abrigos; No caso das aves, deve haver espaço para acesso à pastagem;
* Monta natural para reprodução; e desmame natural;

2.2. RESTRITOS
* Raças exóticas não adaptadas;
* Bezerros podem ser adquiridos de convencionais até 30 dias; Aves de até 3 dias podem ser adquiridas de qualquer procedência;
* Inseminação artificial sob controle;
* Separação dos bezerros por barreiras;

2.3. PROIBIDOS
* Raças exóticas não adaptadas;
* Estabulação permanente de animais;
* Confinamento e imobilização prolongados;
* Instalações fora dos padrões;
* Manejo inadequado que leve animais ao sofrimento, estresse e alterações de comportamento;

3. NUTRIÇÃO E TRATAMENTO VETERINÁRIO

3.1. PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS
* Auto-suficiência alimentar orgânica; forragens frescas, silagem ou fenação produzidas na propriedade ou de fazendas orgânicas;
* Aditivos naturais para ração e silagem (algas, plantas medicinais, aromáticas, soro de leite, leveduras, cereais, outros farelos);
* Mineralização com sal marinho;
* Suplementos vitamínicos (óleo de fígado peixe e levedura);
* Homeopatia, fitoterapia e acupuntura;
* São obrigatórias as vacinas estabelecidas por lei, e recomendadas as vacinações para as doenças mais comuns a cada região.

3.2. RESTRITOS
* Aquisição de alimentos não orgânicos, equivalente a até 20% do total da matéria seca para animais monogástricos e 15% p/ ruminantes
* Aditivos, óleos essênciais, suplementos vitamínicos, de aminoácidos e sais minerais (de forma controlada);
* Agentes etiológicos dinamizados (nosódios ou bioterápicos).
* Amochamento e castração;

3.3. PROIBIDOS
* Uso de aditivos estimulantes sintéticos; Promotores de crescimento; Uréia; Restos de abatedouros; aminoácidos sintéticos; Transferência embriões;
* Descorna e outras mutilações;
* Presença de animais geneticamente modificados;

NOTA: A título de esclarecimento, os procedimentos “recomendados” referem-se a práticas e produtos plenamente aceitos em agricultura orgânica, podendo ser utilizados sem restrições. O uso “restrito” relaciona-se a práticas e produtos que não são plenamente compatíveis com os princípios da agricultura orgânica, devendo ser limitados a usos específicos, como no caso do período de conversão. Os procedimentos “proibidos” referem-se a práticas e produtos não permitidos nos programas de certificação. O uso dessas práticas ou substâncias constitui transgressão grave, que pode resultar em cancelamento do contrato e do uso do selo oficial de garantia.

De acordo com os princípios da agricultura orgânica a atividade animal deve estar, tanto quanto possível, integrada à produção vegetal, visando à otimização da reciclagem dos nutrientes (dejetos animais, biomassa vegetal), uma menor dependência de insumos externos (rações, volumosos) e a potencialização de todos os benefícios diretos e indiretos advindos dessa integração. Portanto, como comentamos, é importante que a criação seja planejada de forma a se integrar nas demais atividades da propriedade. Na prática, a produção animal ainda está pouco integrada à produção vegetal.

No que diz respeito à alimentação dos animais, as normas recomendam a produção própria dos alimentos orgânicos (volumosos e concentrados) por meio da formação e manejo das pastagens, capineiras, silagem e feno. Neste aspecto, é importante que a maior parte da alimentação seja orgânica e venha de dentro da propriedade. Além dos bovinos, a alimentação de outros animais, deve ser complementada com material verde fresco (hortaliças, rami, guandu, gramíneas e outros). Inicialmente, os animais deverão ser alimentados com no mínimo 50% de produtos orgânicos. Com o passar do tempo serão toleradas percentagens de no máximo 20% de alimentação de origem não orgânica.

Em relação ao tratamento veterinário, o objetivo principal das práticas de criação orgânicas é a prevenção de doenças. Saúde não é apenas ausência de doença, mas habilidade de resistir a infecções, ataques de parasitas e perturbações metabólicas. Desta forma, o tratamento veterinário é considerado um complemento e nunca um substituto às práticas de manejo. O princípio da prevenção sempre vem em primeiro lugar e, quando é preciso intervir, o importante é procurar as causas e não somente combater os efeitos. Por isso, é importante a busca de métodos naturais para tratamento veterinário. O tratamento homeopático já vem sendo utilizado com bons resultados e diminuição de custos.

Em relação ao manejo do rebanho, as instalações (galpões, estábulos, galinheiros e outros) devem ser adequadas ao conforto e saúde dos animais, o acesso a água, alimentos e pastagens também deve ser facilitado. Além disso, as instalações devem possuir um espaço adequado à movimentação e o número de animais por área não deve afetar os padrões de comportamento. De forma geral, sugere-se que o regime de criação seja de preferência extensivo ou semi-extensivo, com abrigos. As mutilações de animais e utilização de substâncias destinadas à estimular o crescimento ou modificar o ciclo reprodutivo dos animais são contrários ao espírito da produção orgânica e, portanto, são proibidos. O transporte dos animais deve ser efetuado de forma a respeitar os animais, evitando qualquer tipo de brutalidade inútil. Além disso, o abatedouro deve ser o mais próximo possível das propriedades.

Em síntese, a qualidade de vida do animal tem profunda relação com a possibilidade do animal adoecer. Assim, um animal que é confinado com grande concentração de indivíduos, espaço limitado para locomoção, sem possibilidade de expressar seus modos naturais de comportamento, fica profundamente perturbado, sujeito a manifestações de estresse e sistema imunológico. Como qualquer indivíduo nessas condições, os animais ficam mais propensos a doenças. Além de ajudar no equilíbrio técnico e ecológico da propriedade, a produção animal contribuí eficazmente na geração de renda. Para se ter uma idéia, de um conjunto de 57 propriedades orgânicas que acompanhamos na região metropolitana de Curitiba, as que obtiveram melhor desempenho econômico foram aquelas que tinham a produção animal como “carro-chefe”, aliado à transformação de produtos vegetais. Todavia, constatamos algumas dificuldades para expansão mais rápida da pecuária orgânica.

Segundo os criadores que mantivemos contato no estudo citado anteriormente, para o produtor que está iniciando na pecuária orgânica o principal entrave está relacionado à dificuldade de cumprir todas as normas exigidas pela certificadora, mostradas resumidamente no quadro 1. Além disso, existe o problema da comercialização de produtos animais orgânicos pela falta de uma legislação adequada aos alimentos orgânicos de origem animal. Para ilustrar a necessidade urgente de uma legislação para o setor, vale lembrar que no Paraná um grupo de agricultores do município de Witmarsun, a cerca de 60 km de Curitiba, já vêm produzindo leite orgânico, sem ter a autorização para constar no rótulo o nome “leite orgânico”. A saída dos produtores foi colocar no rótulo uma chamada dizendo que o leite foi produzido sem a utilização de ingredientes químicos desde a produção até o empacotamento.

Para finalizar, cabe destacar que ainda existe um grande trabalho de pesquisa e desenvolvimento a ser realizado para que os consumidores possam desfrutar de derivados de produtos animais orgânicos em quantidade, qualidade, diversidade e regularidade. De qualquer forma, existem muitas oportunidades e quem sair na frente terá um bom mercado para explorar.


O que é Desenvolvimento Sustentável?

É fato incontestável: Alegrete/RS hoje é uma exportadora de mão-de-obra.


Por diversos "equívocos administrativos", a economia local encontra-se estagnada. É evidente que é necessário trabalhar para o Desenvolvimento do município.

Porém, ao planejarmos o Desenvolvimento para Alegrete é necessário partirmos da análise desses "equívocos" já cometidos pelos administradores deste e de outros municípios mundo a fora, os quais acabaram agravando os problemas sociais e ambientais destes municípios e - por conseguinte - comprometeram ainda mais a economia local.

É inadmissível, com o nível de acesso à informação disponível hoje aos técnicos, aos intelectuais, aos políticos, ao empresariado, aos educadores e aos formadores de opinião de um município, que continuem sendo propostas e executadas ações "simplistas" e "irresponsáveis", que não incluíram em seu planejamento a incorporação das variáveis ambiental e social, e que afetarão negativamente a qualidade de vida da população local (ou de parte dela) .

Mas como incorporar as variáveis sociais e ambientais no planejamento do Desenvolvimento de Alegrete/RS?

Vamos começar do princípio, primeiramente compreendendo o que significa esse tal Desenvolvimento Sustentável. Para tanto, reproduzi abaixo as definições de Desenvolvimento Sustentável encontradas em diferentes sites.

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O que é desenvolvimento sustentável?

A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.
Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.

O que é preciso fazer para alcançar o desenvolvimento sustentável?

Para ser alcançado, o desenvolvimento sustentável depende de planejamento e do reconhecimento de que os recursos naturais são finitos. Esse conceito representou uma nova forma de desenvolvimento econômico, que leva em conta o meio ambiente.Muitas vezes, desenvolvimento é confundido com crescimento econômico, que depende do consumo crescente de energia e recursos naturais. Esse tipo de desenvolvimento tende a ser insustentável, pois leva ao esgotamento dos recursos naturais dos quais a humanidade depende. Atividades econômicas podem ser encorajadas em detrimento da base de recursos naturais dos países. Desses recursos depende não só a existência humana e a diversidade biológica, como o próprio crescimento econômico. O desenvolvimento sustentável sugere, de fato, qualidade em vez de quantidade, com a redução do uso de matérias-primas e produtos e o aumento da reutilização e da reciclagem.

Fonte:
http://www.wwf.org.br/informacoes/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/index.cfm

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Desenvolvimento sustentado - Modelo de desenvolvimento que leva em consideração, além dos fatores econômicos, aqueles de caráter social ecológico, assim como as disponibilidades dos recursos vivos e inanimados, as vantagens e os inconvenientes, a curto, médio e longo prazos, de outros tipos de ação. Tese defendida a partir do teórico indiano Anil Agarwal, pela qual não pode haver desenvolvimento que não seja harmônico com o meio ambiente. Assim, o desenvolvimento sustentado que no Brasil tem sido defendido mais intensamente, é um tipo de desenvolvimento que satisfaz as necessidades econômicas do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras; Segundo definição em 1987 da Comissão Brutland, da ONU, no relatório "Nosso futuro comum", é o desenvolvimento social, econômico e cultural que atende às exigências do presente sem comprometer as necessidades das gerações futuras. Para os países pobres, de acordo com o relatório "Nossa própria agenda", da Comissão de Desenvolvimento e Meio Ambiente da América Latina e do Caribe, o desenvolvimento sustentado é essencialmente a satisfação das necessidades básicas da população, sobretudo dos grupos de baixa renda, que chegam a mais de 75% do continente.

Fonte:
http://www.uniagua.org.br/website/dicionario.htm#D

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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

"Desenvolvimento que atende às necessidades do presente, sem comprometer a capacidade de as futuras gerações atenderem às suas próprias necessidades" (Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento apud IUCN/PNUMA, 1991).

"Processo de transformação no qual a exploração dos recursos, as diretrizes de investimento, a orientação do desenvolvimento tecnológico e as mudanças institucionais sejam consistentes com as necessidades atuais e futuras" (World Commission on Environment and Development, 1987).

"A idéia de desenvolvimento sustentado também está relacionada à de riqueza constante, no sentido de que cada geração deve deixar para a próxima pelo menos o mesmo nível de riqueza, considerada como a disponibilidade de recursos naturais, de meio ambiente e de ativos produtivos. Desse modo, toda vez que o desenvolvimento estiver baseado na utilização de um recurso natural ou na degradação do meio ambiente, a sociedade deverá utilizar parte do resultado dessa operação na reconstrução do ambiente e na formação de estoques de ativos produtivos" (Comune, 1992).

Fonte:
http://www.ecolnews.com.br/dicionarioambiental/

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Desenvolvimento sustentado: modelo de desenvolvimento que leva em consideração, além dos fatores econômicos, aqueles de caráter social e ecológico, assim como as disponibilidades dos recursos vivos e inanimados, as vantagens e os inconvenientes, a curto, médio e longo prazos, de outros tipos de ação. Tese defendida a partir do teórico indiano Anil Agarwal, pela qual não pode haver desenvolvimento que não seja harmônico com o meio ambiente. Assim, o desenvolvimento sustentado que no Brasil tem sido defendido mais intensamente, é um tipo de desenvolvimento que satisfaz as necessidades econômicas do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras.

Fonte:
http://www.sema.rs.gov.br/sema/html/gloss_d.htm

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Desenvolvimento Sustentável, segundo a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) da Organização das Nações Unidas, é aquele que atende às necessidades presentes sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades.

A idéia deriva do conceito de ecodesenvolvimento, proposto nos anos 1970 por Maurice Strong e Ignacy Sachs, durante a Primeira Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Estocolmo, 1972), a qual deu origem ao Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMA.

Em 1987, a CMMAD, presidida pela Primeira-Ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, adotou o conceito de Desenvolvimento Sustentável em seu relatório Our Common Future (Nosso futuro comum), também conhecido como Relatório Brundtland.

O conceito foi definitivamente incorporado como um princípio, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Cúpula da Terra de 1992 - Eco-92, no Rio de Janeiro. O Desenvolvimento Sustentável busca o equilíbrio entre proteção ambiental e desenvolvimento econômico e serviu como base para a formulação da Agenda 21, com a qual mais de 170 países se comprometeram, por ocasião da Conferência. Trata-se de um abrangente conjunto de metas para a criação de um mundo, enfim, equilibrado.

A Declaração de Política de 2002, da Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, realizada em Joanesburgo, afirma que o Desenvolvimento Sustentável é construído sobre “três pilares interdependentes e mutuamente sustentadores” — desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental. Esse paradigma reconhece a complexidade e o interrelacionamento de questões críticas como pobreza, desperdício, degradação ambiental, decadência urbana, crescimento populacional, igualdade de gêneros, saúde, conflito e violência aos direitos humanos. O PII (Projeto de Implementação Internacional) apresenta quatro elementos principais do Desenvolvimento Sustentável — sociedade, ambiente, economia e cultura.

Sociedade: uma compreensão das instituições sociais e seu papel na transformação e no desenvolvimento.

Ambiente: a conscientização da fragilidade do ambiente físico e os efeitos sobre a atividade humana e as decisões.

Economia: sensibilidade aos limites e ao potencial do crescimento econômico e seu impacto na sociedade e no ambiente, com o comprometimento de reavaliar os níveis de consumo pessoais e da sociedade.

Cultura: é geralmente omitido como parte do DS (Desenvolvimento Sustentável). Entretanto, valores, diversidade, conhecimento, línguas e visões de mundo associados à cultura formam um dos pilares do DS e uma das bases da EDS (Educação para o Desenvolvimento Sustentável).