segunda-feira, 17 de setembro de 2007

DINHEIRO no LIXO! Parte III

Outra opção possível: Lembrando a todos que o LIXÃO de Alegrete/RS já "está pelas tabelas" e que o município já deveria estar providenciando um novo local para instalar seu novo ATERRO SANITÁRIO... Por que não nos espelharmos no exemplo de São Paulo e sua Usina Termelétrica a base de gás metano coletado do Aterro Bandeirantes??? Além de ambientalmente correto (porque é Aterro Sanitário e não Lixão), reduz as emissões de gases de efeito estufa, contribuindo para a redução de uma das causas do aquecimento global e ainda gerando energia elétrica...


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Prá saber mais:


Saneamento Ambiental OnLine n°146 - 27/1/2004
SÃO PAULO
Prefeitura inaugura termelétrica movida a lixo

A Secretaria do Verde e do Meio Ambiente da prefeitura de São Paulo inaugurou a primeira central de geração de eletricidade a partir do lixo urbano disposto em aterro sanitário. A usina Termoelétrica Bandeirantes, com potência de 22 MW, é uma parceria entre a Biogás Energia Ambiental e o Unibanco e conta com o apoio da AES Eletropaulo. O empreendimento demandou investimentos de R$ 60 milhões e irá operar junto ao aterro sanitário Bandeirantes. O local recebe cerca de 7 mil t/dia de lixo. A unidade produzirá energia elétrica aproveitando o biogás -- 50% de gás metano e 50% de CO2 -- produzido pelo aterro. O maior benefício do projeto apontado pelos empreendedores e pelas autoridades é o ambiental: a queima do biogás pela usina evitará a emissão na atmosfera de cerca de 8 milhões de t de gás carbônico em um período de 15 anos. A Biogás fornecerá 12 mil metros cúbicos/hora do gás para alimentar os 24 motores geradores da usina.

Fonte:
http://www.sambiental.com.br/SA/default.asp?COD=792&busca=&numero=146

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25/mar/2004
Termelétrica do Aterro Bandeirantes reduz emissão de CO2 para atmosfera


Os participantes do Workshop “Créditos de Carbono Contribuindo para a Solução de Gestão de Resíduos Sólidos, organizado pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado – SMA, fizeram nesta quinta-feira (25/3) uma visita à termelétrica a biogás de 20 MW, no Aterro Bandeirantes, da Prefeitura de São Paulo.O objetivo da atividade de campo, previsto no programa do encontro iniciado no dia 23 de março, foi o de conhecer um empreendimento que ilustrasse de forma prática um processo de produção de energia limpa, a partir do aproveitamento adequado do gás metano gerado pelo lixo, evitando a queima sem controle lançando toneladas de poluentes para a atmosfera e contribuindo para o efeito estufa.Este foi o objetivo da visita à Central Térmica a Gás do Aterro Sanitário Municipal Bandeirantes, encerrando seminário que durou três dias com a participação de especialistas de diversas entidades, como o Ministério das Cidades, Banco Mundial e empresas do setor, além da Secretaria do Meio Ambiente e CETESB – Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, Ministério das Cidades e Banco Mundial.Localizado na altura do km 26 da Rodovia dos Bandeirantes, em Perus, o Aterro Bandeirantes é considerado um dos maiores do mundo, recebendo cerca de 7 mil toneladas diárias de lixo gerado em São Paulo, o que representa a metade do total produzido. O aterro começou a operar há quase 30 anos e a previsão é de que, até 2006, terá armazenado um total de 30 milhões de toneladas de resíduos sólidos.Os gases produzidos, originários da decomposição de matéria orgânica, eram - e ainda são em parte - queimados em drenos verticais e lançados para a atmosfera. Com a inauguração da termelétrica, em janeiro último, 12 mil m³ por hora de gases com pelo menos 50% de metano, captados em 126 poços conectados a redes de tubos numa extensão de 43 km, são encaminhados para queima gerando energia calorífica que é transformada em energia elétrica.A usina tem capacidade para produzir 170 mil megawatts-hora de energia elétrica, suficiente para abastecer uma cidade de 400 mil habitantes. Os representantes da Biogás, uma empresa sediada em São Paulo, detentora de tecnologia em projetos de desgaseificação de aterros, que concebeu a termelétrica do Bandeirantes, afirmam que a utilização correta dos gases gerados nesse aterro reduzirá a emissão equivalente a 8 milhões de toneladas de gás carbônico no período de 15 anos, contribuindo assim para a mitigação do efeito estufa.


Texto: Mário SenagaFotos: José Jorge
Fonte:
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JC e-mail 3279, de 06 de Junho de 2007.
27. Créditos com o lixo, editorial de “O Estado de SP”




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20/08/2004
Riqueza no lixo

Ao mesmo tempo em que é líder mundial na reciclagem de alumínio, o Brasil despreza a verdadeira riqueza contida nas milhares de toneladas de lixo que produz diariamente: a matéria orgânica. Para combater esse desperdício, o Ceagesp criou um projeto viável que transforma esses rejeitos em matéria-prima.


Texto: Juliana Borges e Mauricio Monteiro FilhoFotos: Juliana Borges, Mauricio Monteiro Filho e Agrorgânica/Divulgação

Leia o artigo em:
http://reporterbrasil.com.br/exibe.php?id=46

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Aqui, lixo é igual a energia

Leia o artigo em:

DINHEIRO no LIXO! Parte II

Publicada em 29 de agosto de 2007 às 08h53
Brasileiros criam reator que transforma lixo em energia elétrica
Por
Redação do IDG Now!

São Paulo - Pesquisadores do IPT e ITA criam equipamento, que funcionará acoplado a uma turbina a gás e a um gerador.


O desenho de um reator a plasma que integra um processo de conversão de resíduos de lixo urbano em energia elétrica acaba de ser concluído por pesquisadores do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).O equipamento, que funcionará acoplado a uma turbina a gás e a um gerador, deverá estar pronto e em operação até o fim deste ano. Segundo um dos coordenadores do projeto, Antonio Carlos da Cruz, pesquisador da Divisão de Mecânica e Eletricidade do IPT, a fabricação mecânica de toda a estrutura física do reator está sendo realizada dentro do instituto, com apoio da FAPESP por meio do programa Inovação Tecnológica em Pequenas Empresas (Pipe).O processo para a obtenção de energia elétrica por meio do reator, testado de maneira preliminar em outro equipamento existente no IPT, utiliza plasma gasoso – gás aquecido por descarga elétrica em altíssimas temperaturas – como fonte de calor para degradar e gaseificar o lixo que é inserido no equipamento.“A energia do plasma gasoso é utilizada para transformar em gás os materiais volatilizáveis do lixo, que envolvem todos os resíduos que viram fumaça. Esse processo é controlado para a produção de um gás com alto poder calorífico, que será inserido em uma turbina”, disse Cruz à Agência Fapesp. Acoplado a essa turbina, um gerador produz energia elétrica capaz de realimentar todo o sistema.“Pelos nossos cálculos teóricos, uma vez que o sistema completo ainda não existe, sabemos que a energia gerada será suficiente para manter todo o processo em funcionamento”, disse Cruz, que também integra o Grupo de Plasma do ITA. A possibilidade de gerar um excedente de energia, cuja quantidade ainda é desconhecida, também não está descartada.O pesquisador explica que resíduos do lixo que não se transformam em fumaça, e se solidificam depois de serem removidos do reator e resfriados, podem ser usados para pavimentação de ruas e calçadas. “Se tudo der certo, esse processo permitirá que o lixo tenha uma destinação ecologicamente correta – ao se evitar que ele vá parar em aterros – e ainda gere energia para outros tipos de uso”, explicou.Plasma gasosoCom o novo reator os primeiros estudos serão sobre a qualidade do gás que é produzido no equipamento. Segundo Cruz, uma turbina a gás e um gerador também serão adquiridos por meio de um projeto de pesquisa aprovado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), para estudar também o tratamento de resíduos da indústria do petróleo. “Estamos na fase de assinatura de contratos e nossa previsão é que os recursos sejam liberados até o fim do ano. Com isso, teríamos, até meados de 2008, essa turbina adquirida para, com outros equipamentos existentes no IPT, operar uma unidade piloto para avaliar, a partir do poder calorífico de diferentes resíduos presentes no lixo e ricos em hidrocarbonetos, qual é o excedente de energia que pode ser gerado”, disse.Cruz explica que o plasma gasoso vem sendo utilizado em aplicações semelhantes por grupos de pesquisa em países como Japão e Alemanha. “Mas podemos dizer que ainda não existe um domínio tecnológico desse tipo de reator a plasma. Se resolvêssemos comprar hoje um reator com as características do que estamos desenvolvendo, não conseguiríamos. Não há nenhum modelo pronto”, afirmou.Segundo o pesquisador do IPT, o ideal é que esse tipo de processo de geração de energia seja integrado a uma cadeia de coleta e de separação dos resíduos. O lixo passaria por uma triagem para a seleção de materiais recicláveis. O que não pode ser mais reciclado, como madeira e plásticos sujos – que, por já terem sido reciclados muitas vezes, não podem mais ser reaproveitados –, é o melhor tipo de lixo para a geração de energia.O projeto de desenvolvimento do reator, intitulado Desenvolvimento de unidade de tratamento de resíduos municipais via plasma, com produção de gás de síntese, é coordenado pela pesquisadora Maria Antonia dos Santos, da Multivácuo, empresa de Campinas (SP) que pretende comercializar a tecnologia.

*Com informações da Agência Fapesp.
Fonte:
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Perguntas Freqüentes:


• O que é o Plasma?
— O Plasma é essencialmente um gás ionizado, ar superaquecido. Uma tocha especial de plasma aquece ar a temperaturas internas (interior da tocha) tão altas quanto 25.000ºF e temperaturas externas (ponto de contato com o material) tão altas quanto 8.000ºF. A fonte de energia é a eletricidade. O ar superaquecido é utilizado para decompor termicamente qualquer coisa que entre em contato com ele. Siderúrgicas têm utilizado o plasma para derreter o aço por muitos anos. O plasma é uma tecnologia já estabelecida em muitas indústrias.

• O Sistema de Energia Recuperada RESTM recicla o lixo municipal transformando-o em eletricidade?
— Ao invés de enviar o lixo municipal para aterros sanitários ou incineradores, o processo de Gaseificação a Plasma converte todos os tipos de lixo em um gás combustível composto primariamente de monóxido de carbono, hidrogênio, nitrogênio e água. Este combustível é então utilizado para gerar energia elétrica. Este processo é altamente eficiente, 99,9% do material que é alimentado no sistema é transformado em energia e em outros produtos vendáveis. A gaseificação normal e a incineração geram acima de 30% de material que necessitam voltar ao aterro sanitário. O processo térmico utiliza altas temperaturas (acima de 8000ºF) para gaseificar, através da tecnologia de arco de plasma, materiais orgânicos em gás combustível rico em energia com um valor de BTU cerca de 1/3 do gás natural. O gás combustível é então limpo e resfriado para ser utilizado na turbina a gás. Nenhum material orgânico é primariamente transformado em coque vitrificado ou metal recuperado.

• O Lixo possui algum valor?
— O lixo não é uma responsabilidade. É um dos mais importantes e valiosos recursos que temos. A sociedade fez do lixo uma responsabilidade por causa da maneira que escolheu no passado lidar com o lixo. O Sistema de Energia Recuperada trata o lixo como um valioso recurso que é, recupera e recicla cerca de 99,9% destes valiosos recursos.

• O Processo de “Gaseificação a Plasma” é o mesmo que Incineração? O processo de gaseificação queima o lixo?
— A incineração é a queima do material orgânico em um ambiente rico em oxigênio, o mesmo que queimar madeira em um forno a lenha. O material orgânico contém energia. O processo de queima requer uma grande quantidade de oxigênio (O2). O carbono contido na matéria orgânica reage com o oxigênio formando dióxido de carbono (CO2) e água (H2O). A combustão é altamente exotérmica e libera a energia contida no material orgânico na forma de calor. A combustão do material orgânico é incompleta e deixa cinzas, materiais contendo metais pesados e substâncias tóxicas, requerendo serem depositadas em um aterro sanitário. Os materiais inorgânicos tais como metal, vidro, solo, concreto, sílica, não são afetados pelo processo de queima e fazem parte das cinzas. O total de material não queimado pode ser tão alto quanto 30% em peso. A incineração resulta em altos níveis de furanos, dioxinas, NOx, dióxido de enxofre os quais possuem alto custo para serem removidos da exaustão. A Gaseificação a Plasma não é incineração e não queima o material.É a transformação do material orgânico em um ambiente com baixa presença de oxigênio utilizando uma fonte externa de calor de elevada temperatura (plasma) para produzir um gás (chamado de syngas) que pode ser utilizado em outras aplicações. Mesmo que as temperaturas sejam muito mais altas do que com a incineração, o material não queima porque não há oxigênio suficiente para formar monóxido de carbono. A matéria orgânica é transformada em um gás combustível composto de monóxido de carbono (CO) e de hidrogênio (H2). Apenas uma pequena quantidade de energia é liberada quando o carbono e moléculas de oxigênio se combinam. O monóxido de carbono ainda contém uma substancial energia química e pode ser utilizada em uma variedade de formas. As altas temperaturas do processo de gaseificação a plasma derretem os metais, o vidro, o silicone, o solo, etc., que fluem para fora pelo fundo do reator. Os metais reciclados e os outros materiais inorgânicos transformam-se em coque vitrificado. Por causa das altas temperaturas e a falta de oxigênio não há dioxinas ou furanos e os índices do NOx e do SOx são muito mais baixos. O resultado líquido é que nem todo o lixo é convertido em produtos vendáveis.

• Qual é a diferença entre Gaseificação a Plasma e Gaseificação Padrão?
— A tecnologia de gaseificação padrão opera no reator entre 370ºC e 815ºC. Não utilizam nenhuma fonte externa de calor e depende do próprio processo para sustentar a reação. Os gaseificadores normais são realmente “combustores parciais” e uma porção substancial do carbono é queimada para suportar a reação. O processo de gaseificação produz um gás de processo semelhante ao gás produzido pelo processo a plasma, embora esteja muito mais sujo. As baixas temperaturas não podem decompor todos os materiais. Com a gaseificação padrão muitos materiais devem ser separados fora da corrente de lixo antes do reator e enviados para o aterro sanitário ou processado de outra forma. Por causa das baixas temperaturas utilizadas, o gás que é produzido em um gaseificador padrão possui contaminantes que devem ser limpos posteriormente. A quantidade de char(carbono que não foi convertido em CO) esta acima de 15% do peso do material alimentado e ainda deve ser depositado em um aterro sanitário. Além destes inconvenientes, a maioria dos sistemas padrões de gaseificação não podem receber lixo municipal diretamente do caminhão. O lixo precisa ser seco até uma quantidade aceitável de umidade, e ser processada em tamanho e consistência uniforme, que adicionam mais custos a complexidade. A Gaseificação a Plasma utiliza uma fonte externa de calor para gaseificar o lixo, resultando em uma pequena combustão. Praticamente todo o carbono é convertido em gás combustível. A Gaseificação a Plasma é a tecnologia mais próxima a gaseificação pura e é um “verdadeiro Gaseificador”. Por causa da temperatura envolvida todos os tars (compostos de C,H, O ou N) e chars (carbonos que não se transformaram em CO) são decompostos. O gás de saída do reator esta mais limpo e não há cinzas no fundo do reator. O gaseificador de plasma pode processar qualquer tipo de lixo, não requer classificação e não é impactado operacionalmente pela umidade.
• Porque a Gaseificação a Plasma não foi realizada antes?
— A Gaseificação a Plasma tem sido utilizada por muitos anos na indústria do aço, da madeira e em outras indústrias. Uma abundância geral da energia elétrica e os amplos aterros sanitários limitaram a viabilidade comercial desta tecnologia para o lixo municipal. Existe um grande número de plantas de Gaseificação a Plasma de lixo municipal ao redor do mundo em várias indústrias. Diversas plantas de gaseificação a plasma estão em operação na América do Norte que opera resíduos perigosos. Com a demanda da energia sempre em ascensão, com o fechamento de aterros sanitários e o alto custo para abrir um novo, é o momento certo para o Sistema de Energia Recuperada utilizando a tecnologia de plasma sair na frente.

• O que é “Gás Combustível” e o que é valor de BTU?
— Gás combustível é o nome usado para se referir ao gás proveniente do lixo orgânico que sai do reator e utilizado com combustível pela turbina a gás. É composto na maior parte de monóxido de carbono e hidrogênio e tem um valor de 320 BTU ou cerca de 1/3 do valor de BTU do metano (gás natural).Quando combinado com nitrogênio e água na corrente de gás, o gás combustível tem um valor geral de aproximadamente 160 BTU por pé cúbico. Isto pode variar dependendo da composição e da umidade do lixo.

• Existem turbinas a gás que vão operar com gás de baixo BTU?
— Muitos dos fabricantes de turbina tem projetado turbinas especificamente para syngas de baixo BTU. De fato, a mesma turbina avaliada para o metano em X MW terá uma avaliação mais elevada de MW com syngas.

• A eletricidade produzida pela Gaseificação a Plasma é “Eletricidade Verde”?
— A eletricidade verde é definida como eletricidade produzida de fontes renováveis. Tipicamente nós pensamos em solar, eólica e energia geotermal quando pensamos em energia renovável. Entretanto, lixo sólido municipal e outros lixos renovam-se (com a nossa ajuda) e a energia produzida do lixo é eletricidade verde. Existem diversas companhias que vendem eletricidade verde. Geralmente eles não vendem eletricidade gerada por incineradores devido ao impacto ambiental negativo e a má reputação dos incineradores. Entretanto a Gaseificação a Plasma não tem impacto negativo dos incineradores e será eventualmente vendida pelos distribuidores de energia verde.
• A usina não gera dióxido de carbono? Este dióxido de carbono não contribui para o efeito estufa?
— Quando o CO atravessa a turbina a gás é combinado com mais oxigênio e a energia é liberada. O CO transforma-se em dióxido de carbono ou CO2. As plantas de energia de carvão, diesel e de gás natural produzem o CO2 e contribuem para o efeito estufa. Estas plantas de energia estão usando os combustíveis fósseis que estão introduzindo novo CO2 no ambiente. O Sistema De Energia Recuperado não contribui para o efeito estufa porque não usa hidrocarbonetos novos como uma fonte de combustível. Nosso processo libera simplesmente o CO2 que já era parte da base do material orgânico.

• Quanta energia esta contida no lixo?
— Os Estados Unidos produziram 230 milhões toneladas de lixo municipal em 1999. O lixo industrial não perigoso adicionou outros 7.6 bilhões de toneladas. O lixo médico e o lixo perigoso adicionam também volumes de lixo significativos. Se apenas os lixos municipais fossem convertidos em eletricidade usando nosso processo, geraria 30.000 mWh de eletricidade ou uma quantidade igual a mais de 15 grandes termelétricas de carvão. Para uma planta que processa 126 toneladas de lixo por hora, mais de 135 megawats por hora de energia "verde” será produzida. Depois que suprir suas próprias necessidades esta planta exportaria 1 megawat para cada tonelada do lixo processada.

• Como uma Planta do Sistema de Energia Recuperada afetaria os cidadãos locais e o meio ambiente?
— O Sistema de Energia Recuperada é um processo de reciclagem ambiental sensível ambientalmente. Fornecerá uma solução de longo prazo para disposição de lixos residenciais, comerciais, industriais. Estabilizará as taxas de disposição, elimina a ameaça da poluição associada com os aterros sanitários ou a incineração. Ao mesmo tempo criará trabalhos e fornecerá uma renda de longo prazo à municipalidade a qual estiver associada.

• Como você pode chamar este processo de reciclagem?
— O dicionário americano de tradições define reciclagem como a extração e reuso das substâncias úteis encontradas no lixo. O Sistema de Energia Recuperada é a forma final de reciclagem. Mais de 99.9% do lixo processado é reciclado em outros produtos e a energia que gera pode ser reutilizada. Isto é feito sem nenhuma classificação e com menos esforço.

• Que tipos de lixo podem ser processados?
— O Sistema de Energia Recuperada pode processar qualquer tipo de lixo com a mesma clareza ambiental, completa decomposição e reciclagem eficiente. Nenhum pré-tratamento, classificação ou manipulação são requeridas. O lixo da casa, lixo de jardim, vidro, cinza do incinerador, lodo, plásticos, pinturas, solos contaminados, pneus, etc. tudo pode ser processado e reciclado.

• A planta pode processar resíduos perigosos?
— A mesma tecnologia pode apenas com permissões e mudanças processuais seguras e rentáveis processar resíduos perigosos. Resíduos perigosos serão processados somente depois que as licenças apropriadas forem obtidas. Resíduos considerados perigosos não serão processados com resíduos não perigosos, materiais como eles são tratados de uma forma diferenciada. As instruções restritas e os avisos serão reforçados para evitar que motoristas entreguem resíduos perigosos, a menos que a planta tenha permissão para este tipo de resíduo. O Sistema de Energia Recuperada irá processar e reciclar uma grande faixa de resíduos além do que previamente era possível. Difícil dispor itens tais como pneus, óleo usado, solo contaminado por óleo, ferro-velho, finos de carvão, cinzas de incinerador, a maioria de resíduos de construção civil e demolição, até mesmo metais e vidros serão reciclados.

• Onde a Planta será localizada?
— A planta poderá ser localizada em qualquer local onde houver serviço e acesso adequado. Nenhuma evidência visual estará presente que indique que esses lixos e resíduos são processados.

• Existirão odores da planta?
— A área de recepção para todo o refugo é fechada e mantida a uma pressão negativa. O ar requerido para o processo é puxado através das áreas de recepção e de armazenamento, desta forma puxando os odores para o interior do gaseificador. O armazenamento de resíduos é contido dentro de um edifício e possui um ciclo de 3-4 dias. Somente material suficiente é armazenado para operar a planta quando não está aceitando resíduos, como na noite e nos fins de semana. Os odores primeiramente são minimizados, contidos e então processados junto com o resíduo.

• O que acontece se a planta quebrar ou não funcionar adequadamente?
— Em nenhum momento a municipalidade ou os cidadãos serão afetados por paradas programadas ou não programadas. Muitas contingências e procedimentos operacionais são incluídos no projeto da facilidade. Estes planos de contingência são revistos e aprovados pela autoridade local de gerência do lixo. Isto assegura que o lixo e todos os sub-produtos sejam manuseados corretamente não devendo ocorrer qualquer evento inesperado que faça com que a planta fique fora de operação. As turbinas são ajustadas também acima de modo que possam funcionar com gás natural se houver um problema com a planta.

• Quem fiscalizará a planta para assegurar que é operada de uma maneira ambientalmente responsável?
— Além das agências reguladoras a que a planta é sujeita, um grupo consultivo da comunidade, consistindo em residentes locais, será formado para monitorar as atividades da planta. Este grupo será financiado pela planta e monitorará todas as operações e conformidade ambiental. Além disso, todos os dados de conformidade das emissões estarão disponíveis em on-line em uma Web page hospedada pela companhia.

• Como a planta irá conseguir o seu lixo?
— A planta receberá o resíduo da mesma maneira que uma estação de aterro sanitário ou de transferência. As municipalidades ainda serão responsáveis pela coleta dos resíduos e transportá-los-ão ou negociá-los-ão com os transportadores particulares para este serviço. As municipalidades participantes assinarão os contratos dos resíduos por um período negociado para traze-los à planta e pagar uma taxa de disposição negociada. Onde for possível a planta poderia estar localizada em uma linha de trilho ou em uma linha da costa para receber os resíduos por barco.
• Nós não perderíamos a renda e o impacto ambiental positivo que nós temos agora?
— Para alguns artigos a coleta e classificação dos "recicláveis", artigos tais como o vidro e o metal, custam mais do que o lucro pela venda de tais materiais. O Sistema de Energia Recuperada é um método de "reciclagem" mais eficiente. Nós, entretanto, não desanimamos programas de reciclagem tradicionais. Nós oferecemos simplesmente à municipalidade uma opção para decidir que artigos reciclar tradicionalmente e qual enviar sem classificação para 100% de reciclagem em energia ou em sub-produtos úteis.

• Quais são os riscos se esta planta for construída na minha cidade?
— A planta não cria nenhuma nova corrente de resíduos e todas as emissões são monitoradas de perto. O projeto da planta incorpora as últimas tecnologias atrasadas para os modernos tanques de armazenamento, sistemas de contenção e modernos sistemas de controle do fogo. Os modernos sistemas de controle asseguram uma operação segura e a reação apropriada no evento de uma mudança. Os riscos são realmente muito mais baixos do que os riscos de aterros sanitários convencionais.

domingo, 16 de setembro de 2007

DINHEIRO no LIXO!

Estamos literalmente jogando dinheiro no lixo! Não, pode ter certeza de que eu não estou falando em programas de coleta seletiva (não que eu não acredite na coleta seletiva, mas ainda a vejo como uma forma que os governos municipais encontraram de desviar o foco do que realmente é importante tratar quando o assunto é lixo e o que fazer com ele)...

Enquanto as cidades daqui da Fronteira Oeste estão "engasgadas" com lixões, sendo multadas pelos órgãos ambientais e, em alguns casos, até "exportando lixo" para depositá-lo em outras cidades (como é o caso de Santana do Livramento/RS, por exemplo)... Há décadas a tecnologia de geração de energia elétrica a partir de termelétricas movidas a "lixo doméstico" (Resíduos Sólidos Urbanos) é utilizada mundo a fora!
Sim! Lixo é matéria-prima que estamos desperdiçando!

Enquanto NÓS DESPERDIÇAMOS espaço para criar lixões, contaminamos água e solo, facilitamos a multiplicação de vetores de doenças (como baratas, ratos e moscas), espalhamos plásticos que saem voando dos lixões... Existem diversas cidades que estão USANDO SEU LIXO (Resíduo Sólido Urbano) para:

* Gerar água quente para o próprio processo e distribuição a hospitais, piscinas municipais e sistemas de calefação;

* Gerar vapor para uso industrial;

* Gerar energia elétrica (gera entre 0,4 a 0,95 kWh/tonelada) ;

* Gerar frio convertido a partir do vapor, para uso em sistemas de condicionamento de ar para indústrias, shopping centers, aeroportos, etc.

* Além de reduzir o volume de Lixo a ser disposto nos Aterros Sanitários (cinzas resultantes do processo)

Tudo bem, em tempos de aquecimento global, alguém que trabalha na área ambiental recomendar uma atividade que irá gerar CALOR parece contraditório... Mas, acredito que dispomos no RS de técnicos capazes de criar sistemas mais eficientes e eficazes que aproveitem ao máximo a energia gerada pelas Termelétricas movidas a lixo, diminuindo a perda de calor para o ambiente. A sociedade pode (e deve) demandar às universidades e escolas técnicas que desenvolvam projetos de pesquisa neste sentido.

Algo que é ambientalmente muito criticado quando o assunto é termelétrica a base de lixo é a possível contaminação do ar (e das pessoas e demais seres vivos) pelos gases tóxicos que são gerados durante a incineração dos resíduos sólidos urbanos. Dioxinas e outras substâncias tóxicas resultantes deste processo são reconhecidamente causadoras de doenças respiratórias graves e, em muitos casos, estimulam a grande ocorrência de casos de câncer. Porém, existem tecnologias disponíveis para o tratamento destes efluentes gasosos e líquidos de forma a evitar a contaminação ambiental. Basta que sejam instalados estes "filtros" dimensionados à capacidade de geração de efluentes da Termelétrica e basta que os órgãos ambientais sejam treinados para realizarem fiscalizações nestas empresas que garantam o tratamento correto e a observação dos limites de substâncias permitidos para liberação no meio ambiente.

Para ter uma idéia de quanta energia estamos desperdiçando, segue uma tabela com a capacidade de geração de energia elétrica a partir de Termelétricas a base de lixo urbano de algumas plantas energéticas instaladas mundo a fora:

Localização: Tsurumi, Japan - Capacidade Tratamento: 600 t/dia - Produção energia bruta: 12 MW
Localização: Tomica, Nagoya, Japan - Capacidade Tratamento: 450 t/dia - Produção energia bruta: 6 MW
Localização: Dickerson, Maryland, USA - Capacidade Tratamento: 1.800 t/dia - Produção energia bruta: 63 MW
Localização: Alexandria, Virginia, USA - Capacidade Tratamento: 975 t/dia - Produção energia bruta: 22 MW
Localização: Isvag, Antuérpia, Bélgica - Capacidade Tratamento: 440 t/dia - Produção energia bruta: 14 MW
Localização: Savannah, USA - Capacidade Tratamento: 690 t/dia - Produção energia bruta: 12 MW
Localização: Izmit, Turquia - Capacidade Tratamento: 96 t/dia - Produção energia bruta: 4 MW
Localização: UIOM Emmenspitz, Suíça - Capacidade Tratamento: 720 t/dia - Produção energia bruta: 10 MW
Localização: Wells, Áustria - Capacidade Tratamento: 190 t/dia - Produção energia bruta: 7 MW


Fonte: http://www.luftech.com.br/arquivos/art07.htm


E os municípios que compõem a AMFRO (Associação de Municípios da Fronteira Oeste do RS)? Quantas toneladas de lixo urbano produzem (e desperdiçam!) POR DIA?
Para conhecer melhor sobre como funcionam as Termelétricas a base de RSU (Resíduo Sólido Urbano, ou LIXO URBANO), sugiro que sejam visitados os seguintes links:
http://www.ppe.ufrj.br/ppe/production/tesis/rachelh.pdf - Tese de Mestrado intitulada "Aproveitamento Energético dos Resíduos Sólidos Urbanos: Uma Abordagem Tecnológica"
http://www.riosvivos.org.br/canal.php?canal=161&mat_id=3688 - Problemas que deverão ser solucionados no projeto!!!!
http://www.reciclaveis.com.br/sabetai.htm - Artigo do Dr. SABETAI CALDERONI, "LIXO E ENERGIA ELÉTRICA: A NOVA FRONTEIRA DA ECONOMIA AMBIENTAL"

http://www.reciclaveis.com.br/sabetai1.htm - Artigo do Dr. SABETAI CALDERONI, "SOBRA LIXO E FALTA ENERGIA ELÉTRICA: O PROBLEMA PODE SER A SOLUÇÃO"


No Google (ou outro mecanismo de busca na web) pesquise combinando as palavras-chave: lixo plasma energia elétrica termelétrica resíduos sólidos urbanos

sábado, 15 de setembro de 2007

Espírito de Porco - Parte II

Deprimente concluir que o mesmo desdém pela sociedade brasileira demonstrado pelo Senado nesta semana, pode ser constatado entre alguns políticos do nosso município em relação à sociedade alegretense... Prá que o município possa realmente se desenvolver: XÔ ESPÍRITO DE PORCO!!!

Jornal Em Questão, 15 a 18/09/2007
Tempos bicudos
Promotores denunciam pressão e esclarecem a opinião pública

Desde que o Ministério Público começou a lançar sua lupa para fatos com suspeitas de possíveis irregularidades na administração municipal, a pressão tem sido intensa, muitas vezes através de "recados", outras com telefonemas desaforados, intimidações e tentativa de tutelarem o trabalho dos Promotores Rodrigo Vieira e Alessandra Moura. O eixo da pressão é o mesmo que vem fazendo seus ataques públicos contra o Jornal Em Questão e seu diretor Paulo de Tarso Pereira.
Nesta semana, após as denúncias feitas pela Promotora Alessandra Moura, contra as diversas situações que apontam para supostas ilegalidades no âmbito da Secretaria de Saúde, somadas ao fato do pedido de afastamento do Secretário Alexandre Machado, feita pelo Promotor Rodrigo Vieira, os boatos na cidade de que seriam removidos da comarca local aumentou.
Não há uma fonte que "banque" efetivamente a informação. As pessoas falam com medo sobre o assunto. Há uma atmosfera pesada na comunidade, patrocinada por um específico grupo político, oriundo da Ditadura Militar, impondo a censura aos meios de comunicação, pressão sobre a CPI da Parentada, ao Jornal Em Questão e agora contra os dois Promotores que investigam fatos relacionados à administração municipal.
Uma das críticas é de que o Promotor Vieira seria ex-político e que sua ação firme contra atos do Secretário Machado teriam cunho político. "Olha eu fui vice-Prefeito de minha cidade, Quaraí, e saí da política como entrei, de cabeça erguida e mãos limpas, o que me orgulha muito", disse Vieira ao Em Questão.
O outro ponto que os detratores dos Promotores estariam usando é de que a Promotora Alessandra está "querendo investigar tudo". "Ora, temos sempre buscado informar o senhor Prefeito dos fatos, e nada é feito escondido, faz parte de nossa profissão investigar as denúncias que são públicas", disse ela. Até mesmo surgiu um boato de que o trabalho dos Promotores seria denunciado ao Ministro da Defesa, Nelson Jobim, durante sua estada na cidade na próxima semana.
Na tarde desta sexta-feira os quatro Promotores reunidos redigiram um documento público, denunciando esta tentativa de coação e ameaça de transferências de Alegrete. Leia abaixo:
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"A quem interessa calar o Ministério Público?
Diante de insistentes comentários que circularam na cidade, nos últimos dias, no sentido de que pessoas integrantes de grupos políticos contrariados por ações do Ministério Público na cidade de Alegrete, iriam gestionar a "transferência" dos Promotores de Justiça Alessandra Moura e Rodrigo Vieira, cabe, antes de mais nada, indagar: a quem interessa o silêncio e a inércia do Ministério Público???
Certamente que à sociedade não interessa que os Promotores de Justiça descuidem de seus deveres, e deixem de investigar, apurar e buscar punição de todos quantos praticarem ilegalidades.
A obrigação de defender o cumprimento das leis do País é uma missão que a Constituição confiou ao Ministério Público, do que os Promotores de Justiça, aqui em Alegrete e em qualquer lugar do Brasil, não irão arredar pé.
Quanto à "transferência" de Promotores para outra cidade, é de ser esclarecido para as mentes menos arejadas que a Lei Maior do País assegura aos Promotores a garantida da inamovibilidade, o que significa que somente saem da cidade onde trabalham se assim o desejarem, justamente para que possam desempenhar suas funções com absoluta independência, sem receio de contrariar interesses econômicos ou políticos, por mais poderosos que sejam. Em outras palavras, não existe possibilidade de "transferência" de Promotores.
O Brasil mudou, de há muito vivemos num regime de liberdades democráticas onde não deve haver espaço para "coronelismos" e nem para soluços autoritários.
Rodrigo Vieira
Promotor de Justiça

Alessandra Moura
Promotora de Justiça

Marcela Romera
Promotora de Justiça

Ana Carolina Azambuja
Promotora de Justiça"
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quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Xô espírito de porco!!!

Xô espírito de porco!!!

Nossos nobres Senadores se aproveitaram da "votação secreta" para demonstrarem o que realmente pensam sobre ética, justiça, certo e errado, legalidade, .......... e para demonstrarem em que conta têm seus eleitores (ou seja, nós!).

O que menos corre......... voa!

Ética & Educação... Prá lembrar o que significam...

UMA PESCARIA INESQUECÍVEL


James P. Lenfestey




Ele tinha onze anos e, a cada oportunidade que surgia, ia pescar no cais próximo ao chalé da família, numa ilha que ficava em meio a um lago.

A temporada de pesca só começaria no dia seguinte, mas pai e filho saíram no fim da tarde para pegar apenas peixes cuja captura estava liberada.


O menino amarrou uma iscae começou a praticar arremessos,provocando ondulações coloridas na água.


Logo, elas se tornaram prateadas pelo efeito da lua nascendo sobre o lago.

Quando o caniço vergou, ele soube que havia algo enorme do outro lado da linha.


O pai olhava com admiração, enquanto o garoto habilmente, e com muito cuidado, erguia o peixe exausto da água.


Era o maior que já tinha visto, porém sua pesca só era permitida na temporada.


O garoto e o pai olharam para o peixe, tão bonito, as guelras movendo para trás e para frente.


O pai, então, acendeu um fósforo e olhou para o relógio.


Pouco mais de dez da noite...
Ainda faltavam quase duas horas para a abertura da temporada.

Em seguida, olhou para o peixe e depois para o menino, dizendo:
- Você tem que devolvê-lo, filho!

- Mas, papai, reclamou o menino.

- Vai aparecer outro, insistiu o pai.

- Não tão grande quanto este, choramingou a criança.

O garoto olhou à volta do lago. Não havia outros pescadores ou embarcações à vista.


Voltou novamente o olhar para o pai.

Mesmo sem ninguém por perto,sabia, pela firmeza em sua voz, que a decisão era inegociável.

Devagar, tirou o anzol da boca do enorme peixe e o devolveu à água escura.


O peixe movimentou rapidamente o corpo e desapareceu.

Naquele momento, o menino teve certeza de quejamais pegaria um peixe tão grande quanto aquele.

Isso aconteceu há trinta e quatro anos. Hoje, o garoto é um arquiteto bem-sucedido.


O chalé continua lá, na ilha em meio ao lago, e ele leva seus filhos para pescar no mesmo cais.


Sua intuição estava correta.Nunca mais conseguiu pescar um peixe tão maravilhoso como o daquela noite.


Porém, sempre vê o mesmo peixe todas as vezes que depara com uma questão ética.

Porque, como o pai lhe ensinou, a ética é simplesmente uma questão de CERTO e ERRADO.

Agir corretamente, quando se está sendo observado, é uma coisa.

A ética, porém, está em agir corretamente quando ninguém está nos observando.

Essa conduta reta só é possível quando, desde criança, aprendeu-se a devolver o PEIXE À ÁGUA.

A boa educação é como uma moeda de ouro:
TEM VALOR EM TODA PARTE.



Texto: Uma Pescaria Inesquecível, de James P. Lenfestey, do livro Histórias para Aquecer o Coração dos Pais, Editora Sextante

Resumo do Documento Agenda 21 (1992)

Resumo do Documento Agenda 21 da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

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CAPÍTULO 1
Preâmbulo

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Seção I - DIMENSÕES SOCIAIS E ECONÔMICAS

CAPÍTULO 2
Cooperação internacional para acelerar o desenvolvimento sustentável dos países em desenvolvimento e políticas internas correlatadas
Promoção do Desenvolvimento Sustentável por meio do comércio
Estabelecimento de um apoio recíproco entre comércio e meio ambiente
Oferta de recursos financeiros suficientes aos países em desenvolvimento
Estímulo a políticas econômicas favoráveis ao Desenvolvimento Sustentável.

CAPÍTULO 3
Combate à pobreza
Capacitação dos pobres para a obtenção de meios de subsistência sustentáveis.

CAPÍTULO 4
Mudança dos padrões de consumo
Exame dos padrões insustentáveis de produção e consumo
Desenvolvimento de políticas e estratégias nacionais para estimular mudanças nos padrões insustentáveis de consumo.


CAPÍTULO 5
Dinâmica demográfica e sustentabilidade
Desenvolvimento e difusão de conhecimentos sobre os vínculos entre tendências e fatores demográficos e Desenvolvimento Sustentável.
Formulação de políticas nacionais integradas para meio ambiente e desenvolvimento, levando em conta tendências e fatores demográficos.
Implementação de programas integrados de meio ambiente e desenvolvimento no plano local, levando em conta tendências e fatores demográficos.


CAPÍTULO 6
Proteção e promoção das condições da saúde humana
Satisfação das necessidades de atendimento primário da saúde, especialmente nas zonas rurais.
Controle das moléstias contagiosas.
Proteção dos grupos vulneráveis.
O desafio da saúde urbana.
Redução dos riscos para a saúde decorrentes da poluição e dos perigos ambientais.

CAPÍTULO 7
Promoção do Desenvolvimento Sustentável dos assentamentos humanos
Oferecer a todos habitação adequada
Aperfeiçoar o manejo dos assentamentos humanos
Promover o planejamento e o manejo sustentáveis do uso da terra.
Promover a existência integrada de infra-estrutura ambiental: água, saneamento, drenagem e manejo de resíduos sólidos.
Promover sistemas sustentáveis de energia e transporte nos assentamentos humanos.
Promover o planejamento e o manejo dos assentamentos humanos localizados em áreas sujeitas a desastres.
Promover atividades sustentáveis na indústria da construção.
Promover o desenvolvimento dos recursos humanos e da capacitação institucional e técnica para o avanço dos assentamentos humanos.


CAPÍTULO 8
Integração entre meio ambiente e desenvolvimento na tomada de decisões
Integração entre meio ambiente e desenvolvimento nos planos político, de planejamento e de manejo.
Criação de uma estrutura legal e regulamentadora eficaz.
Utilização eficaz de instrumentos econômicos e de incentivos de mercado e outros.
Estabelecimento de sistemas de contabilidade ambiental e econômica integrada.


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Seção II - CONSERVAÇÃO E GESTÃO DOS RECURSOS PARA O DESENVOLVIMENTO

CAPÍTULO 9
Proteção da atmosfera
Consideração das incertezas: aperfeiçoamento da base científica para a tomada de decisões.
Promoção do Desenvolvimento Sustentável.
Prevenção da destruição do ozônio estratosférico.
Poluição atmosférica transfronteiriça.

CAPÍTULO 10
Abordagem integrada do planejamento e do gerenciamento dos recursos terrestres

CAPÍTULO 11
Combate ao desflorestamento
Manutenção dos múltiplos papéis e funções de todos os tipos de florestas, terras florestais e regiões de mata.
Aumento de proteção, do manejo sustentável a da conservação de todas as florestas e provisão de cobertura vegetal para as áreas degradadas por meio de reabilitação, florestamento e reflorestamento, bem como de outras técnicas de reabilitação.
Promoção de métodos eficazes de aproveitamento e avaliação para restaurar plenamente o valor dos bens e serviços proporcionados por florestas, áreas florestais e áreas arborizadas.
Estabelecimento e/ou fortalecimento das capacidades de planejamento, avaliação e acompanhamento de programas, projetos e atividades da área florestal, ou conexos, inclusive comércio e operações comerciais.

CAPÍTULO 12
Manejo de ecossitemas frágeis: a luta contra a desertificação e a seca
Fortalecimento da base de conhecimentos e desenvolvimento de sistemas de informação e monitoramento para regiões propensas à desertificação e seca, sem esquecer os aspectos econômicos e sociais desses ecossistemas. Combate à degradação do solo por meio, inter. alia, da intensificação das atividades de conservação do solo, florestamento e reflorestamento.
Desenvolvimento e fortalecimento de programas de desenvolvimento integrado para a erradicação da pobreza e a promoção de sistemas alternativos de subsistência em áreas propensas à desertificação.
Desenvolvimento de programas abrangentes de antidesertificação e sua integração aos planos nacionais de desenvolvimento e ao planejamento ambiental nacional.
Desenvolvimento de planos abrangentes de preparação para a seca e de esquemas para a mitigação dos resultados da seca, que incluam dispositivos de auto-ajuda para as áreas propensas à seca e preparem programas voltados para enfrentar o problema dos refugiados ambientais.
Estímulo e promoção da participação popular e da educação sobre a questão do meio ambiente centrados no controle da desertificação e no manejo dos efeitos da seca.

CAPÍTULO 13
Gerenciamento de ecossitemas frágeis: Desenvolvimento Sustentável das montanhas
Geração e fortalecimento dos conhecimentos relativos à ecologia e ao Desenvolvimento Sustentável dos ecossistemas das montanhas.
Promoção do desenvolvimento integrado das bacias hidrográficas e de meios alternativos de subsistência.

CAPÍTULO 14
Promoção do desenvolvimento rural e agrícola sustentável
Revisão, planejamento e programação integrada da política agrícola à luz do aspecto multifuncional da agricultura em especial no que diz respeito à segurança alimentar e ao Desenvolvimento Sustentável.
Obtenção da participação popular e promoção do desenvolvimento de recursos humanos para a agricultura sustentável.
Melhora na produção agrícola e dos sistemas de cultivo por meio da diversificação do emprego não-agrícola e do desenvolvimento da infra-estrutura.

CAPÍTULO 15
Conservação da Diversidade Biológica

CAPÍTULO 16
Manejo ambientalmente saudável da biotecnologia
Aumento da disponibilidade de alimentos, forragens e matérias-primas renováveis.
Melhoria da saúde humana.
Aumento da proteção do meio ambiente.
Aumento da segurança e desenvolvimento de macanismos de cooperação internacional.
Estabelecimento de mecanismos de capacitação para o desenvolvimento e a aplicação ambientalmente saudável de biotecnologia.


CAPÍTULO 17
Proteção de oceanos, de todos os tipos de mares - inclusive mares fechados e semifechados - e das zonas costeiras e proteção. Uso racional e desenvolvimento de seus recursos vivos
Gerenciamento integrado e desenvolvimento sustentável das zonas costeiras, inclusive zonas econômicas exclusivas.
Proteção do meio ambiente marinho.
Uso sustentável e conservação dos recursos marinhos vivos de alto mar.
Uso sustentável e conservação dos recursos marinhos vivos sob jurisdição nacional.
Análise de incertezas críticas para o manejo do meio ambiente marinho e mudança do clima.
Fortalecimento da cooperação e da coordenação no plano internacional, inclusive regional.
Desenvolvimento sustentável das pequenas ilhas.


CAPÍTULO 18
Proteção da qualidade e do abastecimento dos recursos hídricos: aplicação de critérios integrados no desenvolvimento, manejo e uso dos recursos hídricos
Desenvolvimento e manejo integrado dos recursos hídricos.
Avaliação dos recursos hídricos.
Proteção dos recursos hídricos, da qualidade da água e dos ecossistemas aquáticos.
Abastecimento de água potável e saneamento.
Água e desenvolvimento urbano sustentável.
Água para produção sustentável de alimentos e desenvolvimento rural sustentável.
Impactos da mudança do clima sobre os recursos hídricos.


CAPÍTULO 19
Manejo ecologicamente saudável das substâncias químicas tóxicas, incluída a prevenção do tráfico internacional ilegal dos produtos tóxicos e perigosos
Expansão e aceleração da avaliação internacional dos riscos químicos.
Harmonização da classificação e da rotulagem dos produtos químicos.
Intercâmbio de informações sobre os produtos químicos tóxicos e os riscos químicos.
Implantação de programas de redução dos riscos.
Fortalecimento das capacidades e potenciais nacionais para o manejo dos produtos químicos.
Prevenção do tráfico internacional ilegal dos produtos tóxicos e perigosos.

CAPÍTULO 20
Manejo ambientalmente saudável dos resíduos perigosos. Incluindo a prevenção do tráfico internacional ilícito de resíduos perigosos
Promoção da prevenção e redução ao mínimo dos resíduos perigosos.
Promoção do fortalecimento da capacidade institucional do manejo de resíduos perigosos.
Promoção e fortalecimento da cooperação internacional para o manejo dos movimentos transfronteriços de resíduos perigosos.
Prevenção do tráfico internacional ilícito de resíduos perigosos.


CAPÍTULO 21
Manejo ambientalmente saudável dos resíduos sólidos e questões relacionadas com esgotos
Proteção da qualidade e da oferta dos recursos de água doce (18)
Promoção do desenvolvimento sustentável dos estabelecimentos humanos (7)
Proteção e promoção da salubridade (6)
Mudança dos padrões de consumo (4)


CAPÍTULO 22
Manejo seguro e ambientalmente saudável dos resíduos radioativos
Promoção do manejo seguro e ambientalmente saudável dos resíduos radioativos.


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Seção III - FORTALECIMENTO DO PAPEL DOS GRUPOS PRINCIPAIS

CAPÍTULO 23
Preâmbulo

CAPÍTULO 24
Ação mundial pela mulher, com vistas a um desenvolvimento sustentável eqüitativo

CAPÍTULO 25
A infância e a juventude no desenvolvimento sustentável
Promoção do papel da juventude e de sua participação ativa na proteção do meio ambiente e no fomento do desenvolvimento econômico e social.
A criança no desenvolvimento sustentável.

CAPÍTULO 26
Reconhecimento e fortalecimento do papel das populações indígenas e suas comunidades

CAPÍTULO 27
Fortalecimento do papel das Organizações Não-Governamentais: parceiros para um Desenvolvimento Sustentável

CAPÍTULO 28
Iniciativas das autoridades locais em apoio à Agenda 21

CAPÍTULO 29
Fortalecimento do papel dos trabalhadores e de seus sindicatos

CAPÍTULO 30
Fortalecimento do papel do comércio e da indústria
Promoção de uma produção mais limpa.
Promoção da responsabilidade empresarial.

CAPÍTULO 31
A comunidade científica e tecnológica
Melhoria da comunicação e cooperação entre a comunidade científica e tecnológica, os responsáveis por decisões e o público.
Promoção de códigos de conduta e diretrizes relacionados com ciência e tecnologia.


CAPÍTULO 32
Fortalecimento do papel dos agricultores

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Seção IV - MEIOS DE IMPLEMENTAÇÃO

CAPÍTULO 33
Recursos e mecanismos de financiamento

CAPÍTULO 34
Transferência de tecnologia ambientalmente saudável, cooperação e fortalecimento institucional

CAPÍTULO 35
A ciência para o Desenvolvimento Sustentável
Fortalecimento da base científica para o manejo sustentável.
Aumento do conhecimento científico.
Melhora da avaliação científica de longo prazo.
Aumento das capacidades e potenciais científicos.

CAPÍTULO 36
Promoção do ensino, da conscientização e do treinamento
Reorientação do ensino no sentido do Desenvolvimento Sustentável
Aumento da consciência pública.

CAPÍTULO 37
Mecanismos nacionais e cooperação internacional para fortalecimento institucional nos países em desenvolvimento

CAPÍTULO 38
Arranjos institucionais internacionais

CAPÍTULO 39
Instrumentos e mecanismos jurídicos internacionais

CAPÍTULO 40
Informação para a tomada de decisões
Redução das diferenças em matérias de dados.
Aperfeiçoamento da disponibilidade da informação.

Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento

A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, tendo se reunido no Rio de Janeiro, de 3 a 14 de junho de 1992, reafirmando a Declaração da Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, adotada em Estocolmo em 16 de junho de 1972, e buscando avançar a partir dela, com o objetivo de estabelecer uma nova e justa parceria global mediante a criação de novos níveis de cooperação entre os Estados, os setores-chaves da sociedade e os indivíduos, trabalhando com vistas à conclusão de acordos internacionais que respeitem os interesses de todos e protejam a integridade do sistema global de meio ambiente e desenvolvimento, reconhecendo a natureza integral e interdependente da Terra, nosso lar, proclama que:


Princípio 1
Os seres humanos estão no centro das preocupações com o desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva, em harmonia com a natureza.

Princípio 2
Os Estados, de acordo com a Carta das Nações Unidas e com os princípios do direito internacional, têm o direito soberano de explorar seus próprios recursos segundo suas próprias políticas de meio ambiente e de desenvolvimento, e a responsabilidade de assegurar que atividades sob sus jurisdição ou seu controle não causem danos ao meio ambiente de outros Estados ou de áreas além dos limites da jurisdição nacional.

Princípio 3
O direito ao desenvolvimento deve ser exercido de modo a permitir que sejam atendidas equitativamente as necessidades de desenvolvimento e de meio ambiente das gerações presentes e futuras.

Princípio 4
Para alcançar o desenvolvimento sustentável, a proteção ambiental constituirá parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser considerada isoladamente deste.

Princípio 5
Para todos os Estados e todos os indivíduos, como requisito indispensável para o desenvolvimento sustentável, irão cooperar na tarefa essencial de erradicar a pobreza, a fim de reduzir as disparidades de padrões de vida e melhor atender às necessidades da maioria da população do mundo.

Princípio 6
Será dada prioridade especial à situação e às necessidades especiais dos países em desenvolvimento, especialmente dos países menos desenvolvidos e daqueles ecologicamente mais vulneráveis. As ações internacionais na área do meio ambiente e do desenvolvimento devem também atender aos interesses e às necessidades de todos os países.

Princípio 7
Os Estados irão cooperar, em espírito de parceria global, para a conservação, proteção e restauração da saúde e da integridade do ecossistema terrestre. Considerando as diversas contribuições para a degradação do meio ambiente global, os Estados têm responsabilidades comuns, porém diferenciadas. Os países desenvolvidos reconhecem a responsabilidade que lhes cabe na busca internacional do desenvolvimento sustentável, tendo em vista as pressões exercidas por suas sociedades sobre o meio ambiente global e as tecnologias e recursos financeiros que controlam.

Princípio 8
Para alcançar o desenvolvimento sustentável e uma qualidade de vida mais elevada para todos, os Estados devem reduzir e eliminar os padrões insustentáveis de produção e consumo, e promover políticas demográficas adequadas.

Princípio 9
Os Estados devem cooperar no fortalecimento da capacitação endógena para o desenvolvimento sustentável, mediante o aprimoramento da compreensão científica por meio do intercâmbio de conhecimentos científicos e tecnológicos, e mediante a intensificação do desenvolvimento, da adaptação, da difusão e da transferência de tecnologias, incluindo as tecnologias novas e inovadoras.

Princípio 10
A melhor maneira de tratar as questões ambientais é assegurar a participação, no nível apropriado, de todos os cidadãos interessados. No nível nacional, cada indivíduo terá acesso adequado às informações relativas ao meio ambiente de que disponham as autoridades públicas, inclusive informações acerca de materiais e atividades perigosas em suas comunidades, bem como a oportunidade de participar dos processos decisórios. Os Estados irão facilitar e estimular a conscientização e a participação popular, colocando as informações à disposição de todos. Será proporcionado o acesso efetivo a mecanismos judiciais e administrativos, inclusive no que se refere à compensação e reparação de danos.

Princípio 11
Os Estados adotarão legislação ambiental eficaz. As normas ambientais, e os objetivos e as prioridades de gerenciamento deverão refletir o contexto ambiental e de meio ambiente a que se aplicam. As normas aplicadas por alguns países poderão ser inadequadas para outros, em particular para os países em desenvolvimento, acarretando custos econômicos e sociais injustificados.

Princípio 12
Os Estados devem cooperar na promoção de um sistema econômico internacional aberto e favorável, propício ao crescimento econômico e ao desenvolvimento sustentável em todos os países, de forma a possibilitar o tratamento mais adequado dos problemas da degradação ambiental. As medidas de política comercial para fins ambientais não devem constituir um meio de discriminação arbitrária ou injustificável, ou uma restrição disfarçada ao comércio internacional. Devem ser evitadas ações unilaterais para o tratamento dos desafios internacionais fora da jurisdição do país importador. As medidas internacionais relativas a problemas ambientais transfronteiriços ou globais deve, na medida do possível, basear-se no consenso internacional.

Princípio 13
Os Estados irão desenvolver legislação nacional relativa à responsabilidade e à indenização das vítimas de poluição e de outros danos ambientais. Os Estados irão também cooperar, de maneira expedita e mais determinada, no desenvolvimento do direito internacional no que se refere à responsabilidade e à indenização por efeitos adversos dos danos ambientais causados, em áreas fora de sua jurisdição, por atividades dentro de sua jurisdição ou sob seu controle.

Princípio 14
Os Estados devem cooperar de forma efetiva para desestimular ou prevenir a realocação e transferência, para outros Estados, de atividades e substâncias que causem degradação ambiental grave ou que sejam prejudiciais à saúde humana.

Princípio 15
Com o fim de proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deverá ser amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos graves ou irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta não será utilizada como razão para o adiamento de medidas economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental.

Princípio 16
As autoridades nacionais devem procurar promover a internacionalização dos custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, tendo em vista a abordagem segundo a qual o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo da poluição, com a devida atenção ao interesse público e sem provocar distorções no comércio e nos investimentos internacionais.

Princípio 17
A avaliação do impacto ambiental, como instrumento nacional, será efetuada para as atividades planejadas que possam vir a ter um impacto adverso significativo sobre o meio ambiente e estejam sujeitas à decisão de uma autoridade nacional competente.

Princípio 18
Os Estados notificarão imediatamente outros Estados acerca de desastres naturais ou outras situações de emergência que possam vir a provocar súbitos efeitos prejudiciais sobre o meio ambiente destes últimos. Todos os esforços serão envidados pela comunidade internacional para ajudar os Estados afetados.

Princípio 19
Os Estados fornecerão, oportunamente, aos Estados potencialmente afetados, notificação prévia e informações relevantes acerca de atividades que possam vir a ter considerável impacto transfronteiriço negativo sobre o meio ambiente, e se consultarão com estes tão logo seja possível e de boa fé.

Princípio 20
As mulheres têm um papel vital no gerenciamento do meio ambiente e no desenvolvimento. Sua participação plena é, portanto, essencial para se alcançar o desenvolvimento sustentável.

Princípio 21
A criatividade, os ideais e a coragem dos jovens do mundo devem ser mobilizados para criar uma parceria global com vistas a alcançar o desenvolvimento sustentável e assegurar um futuro melhor para todos.

Princípio 22
Os povos indígenas e suas comunidades, bem como outras comunidades locais, têm um papel vital no gerenciamento ambiental e no desenvolvimento, em virtude de seus conhecimentos e de suas práticas tradicionais. Os Estados devem reconhecer e apoiar adequadamente sua identidade, cultura e interesses, e oferecer condições para sua efetiva participação no atingimento do desenvolvimento sustentável.

Princípio 23
O meio ambiente e os recursos naturais dos povos submetidos a opressão, dominação e ocupação serão protegidos.

Princípio 24
A guerra é, por definição, prejudicial ao desenvolvimento sustentável. Os Estados irão, por conseguinte, respeitar o direito internacional aplicável à proteção do meio ambiente em tempos de conflitos armados e irão cooperar para seu desenvolvimento progressivo, quando necessário.

Princípio 25
A paz, o desenvolvimento e a proteção ambiental são interdependentes e indivisíveis.

Princípio 26
Os Estados solucionarão todas as suas controvérsias ambientais de forma pacífica, utilizando-se dos meios apropriados, de conformidade com a Carta das Nações Unidas.

Princípio 27
Os Estados e os povos irão cooperar de boa fé e imbuídos de um espírito de parceria para a realização dos princípios consubstanciados nesta Declaração, e para o desenvolvimento progressivo do direito internacional no campo do desenvolvimento sustentável.

A CARTA DA TERRA


A CARTA DA TERRA


PREÂMBULO
Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que, nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações.


Terra, Nosso Lar
A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, está viva com uma comunidade de vida única. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade da vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todas as pessoas. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.


A Situação Global
Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, redução dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos equitativamente e o fosso entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e é causa de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.

Desafios Para o Futuro
A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que quando as necessidades básicas forem atingidas, o desenvolvimento humano é primariamente ser mais, não, ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos ao meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano. Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados e juntos podemos forjar soluções includentes.

Responsabilidade Universal
Para realizar estas aspirações devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com toda a comunidade terrestre bem como com nossa comunidade local. Somos ao mesmo tempo cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual a dimensão local e global estão ligadas. Cada um comparte responsabilidade pelo presente e pelo futuro, pelo bem estar da família humana e do grande mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo presente da vida, e com humildade considerando o lugar que ocupa o ser humano na natureza.

Necessitamos com urgência de uma visão de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à emergente comunidade mundial. Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, todos interdependentes, visando um modo de vida sustentável como critério comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas de negócios, governos e instituições transnacionais será guiada e avaliada.


PRINCÍPIOS


I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DE VIDA
1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.
a. Reconhecer que todos os seres são interligados e cada forma de vida tem valor, independentemente do uso humano.
b. Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.

2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.
a. Aceitar que com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais vem o dever de impedir o dano causado ao meio ambiente e de proteger o direito das pessoas.
b. Afirmar que o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder comporta responsabilidade na promoção do bem comum.

3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.
a. Assegurar que as comunidades em todos níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e dar a cada uma a oportunidade de realizar seu pleno potencial.
b. Promover a justiça econômica propiciando a todos a consecução de uma subsistência significativa e segura, que seja ecologicamente responsável.

4. Garantir a generosidade e a beleza da Terra para as atuais e as futuras gerações.
a. Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das gerações futuras.
b. Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apoiem, a longo termo, a prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra.
Para poder cumprir estes quatro extensos compromissos, é necessário:

II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA
5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial preocupação pela diversidade biológica e pelos processos naturais que sustentam a vida.
a. Adotar planos e regulações de desenvolvimento sustentável em todos os níveis que façam com que a conservação ambiental e a reabilitação sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento.
b. Estabelecer e proteger as reservas com uma natureza viável e da biosfera, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural.
c. Promover a recuperação de espécies e ecossistemas em perigo.
d. Controlar e erradicar organismos não-nativos ou modificados geneticamente que causem dano às espécies nativas, ao meio ambiente, e prevenir a introdução desses organismos daninhos.
e. Manejar o uso de recursos renováveis como a água, solo, produtos florestais e a vida marinha com maneiras que não excedam as taxas de regeneração e que protejam a sanidade dos ecossistemas.
f. Manejar a extração e uso de recursos não renováveis como minerais e combustíveis fósseis de forma que diminua a exaustão e não cause sério dano ambiental.

6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e quando o conhecimento for limitado, tomar o caminho da prudência.
a. Orientar ações para evitar a possibilidade de sérios ou irreversíveis danos ambientais mesmo quando a informação científica seja incompleta ou não conclusiva.
b. Impôr o ônus da prova àqueles que afirmam que a atividade proposta não causará dano significativo e fazer com que os grupos sejam responsabilizados pelo dano ambiental.
c. Garantir que a decisão a ser tomada se oriente pelas conseqüências humanas globais, cumulativas, de longo termo, indiretas e de longa distância.
d. Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento de sustâncias readioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.
e. Evitar que atividades militares causem dano ao meio ambiente.

7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.
a. Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.
b. Atuar com restrição e eficiência no uso de energia e recorrer cada vez mais aos recursos energéticos renováveis como a energia solar e a do vento.
c. Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência equitativa de tecnologias ambientais saudáveis.
d. Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar aos consumidores identificar produtos que satisfaçam as mais altas normas sociais e ambientais.
e. Garantir acesso universal ao cuidado da saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável.
f. Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e o suficiente material num mundo finito.

8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e uma ampla aplicação do conhecimento adquirido.
a. Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada à sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.
b. Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contribuem para a proteção ambiental e o bem-estar humano.
c. Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ambiental, incluindo informação genética, estejam disponíveis ao domínio público.

III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA
9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social, econômico e ambiental.
a. Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não contaminados, ao abrigo e saneamento seguro, distribuindo os recursos nacionais e internacionais requeridos.
b. Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma subsistência sustentável, e dar seguro social [médico] e segurança coletiva a todos aqueles que não são capazes de manter-se a si mesmos.
c. Reconhecer ao ignorado, proteger o vulnerável, servir àqueles que sofrem, e permitir-lhes desenvolver suas capacidades e alcançar suas aspirações.

10. Garantir que as atividades econômicas e instituições em todos os níveis promovam o desenvolvimeto humano de forma eqüitativa e sustentável.
a. Promover a distribuição eqüitativa da riqueza dentro e entre nações.
b. Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais das nações em desenvolvimento e aliviar as dívidas internacionais onerosas.
c. Garantir que todas as transações comerciais apoiem o uso de recursos sustentáveis, a proteção ambiental e normas laborais progressistas.
d. Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais atuem com transparência em benefício do bem comum e responsabilizá-las pelas conseqüências de suas atividades.

11. Afirmar a igualdade e a eqüidade de gênero como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, ao cuidado da saúde e às oportunidades econômicas.
a. Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda violência contra elas.
b. Promover a participação ativa das mulheres em todos os aspectos da vida econômica, política, civil, social e cultural como parceiros plenos e paritários, tomadores de decisão, líderes e beneficiários.
c. Fortalecer as famílias e garantir a segurança e a criação amorosa de todos os membros da família.

12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social, capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, dando especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias.
a. Eliminar a discriminação em todas suas formas, como as baseadas na raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.
b. Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos, terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas a formas sustentáveis de vida.
c. Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os para comprir seu papel essencial na criação de sociedades sutentáveis.
d. Proteger e restaurar lugares notáveis, de significado cultural e espiritual.

IV. DEMOCRACIA, NÃO VIOLÊNCIA E PAZ
13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e proporcionar-lhes transparência e prestação de contas no exercício do governo, a participação inclusiva na tomada de decisões e no acesso à justiça.
a. Defender o direito a todas as pessoas de receber informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que poderiam afetá-las ou nos quais tivessem interesse.
b. Apoiar sociedades locais, regionais e globais e promover a participação significativa de todos os indivíduos e organizações na toma de decisões.
c. Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de assembléia pacífica, de associação e de oposição [ou discordância].
d. Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos administrativos e judiciais independentes, incluindo mediação e retificação dos danos ambientais e da ameaça de tais danos.
e. Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas.
f. Fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos seus próprios ambientes e designar responsabilidades ambientais a nível governamental onde possam ser cumpridas mais efetivamente.

14. Integrar na educação formal e aprendizagem ao longo da vida os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável.
a. Oferecer a todos, especialmente a crianças e jovens, oportunidades educativas que os habilite a contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável.
b. Promover a contribuição das artes e humanidades assim como das ciências na educação sustentável.
c. Intensificar o papel dos meios de comunicação de massas no sentido de aumentar a conscientização dos desafios ecológicos e sociais.
d. Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma subsistência sustentável.

15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.
a. Impedir crueldades aos animais mantidos em sociedades humanas e diminuir seus sofrimentos.
b. Proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem sofrimento externo, prolongado ou evitável.
c. Evitar ou eliminar ao máximo possível a captura ou destruição de espécies que não são o alvo [ou objetivo].

16. Promover uma cultura de tolerância, não violência e paz.
a. Estimular e apoiar os entendimentos mútuos, a soliedariedade e a cooperação entre todas as pessoas, dentro e entre nações.
b. Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e usar a colaboração na resolução de problemas para manejar e resolver conflitos ambientais e outras disputas.
c. Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até chegar ao nível de uma postura não provocativa da defesa e converter os recursos militares em propósitos pacíficos, incluindo restauração ecológica.
d. Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição de massa.
e. Asegurar que o uso de espaços orbitais e exteriores mantenham a proteção ambiental e a paz.
f. Reconhecer que a paz é a integridade criada por relações corretas consigo mesmo, com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com o grande Todo do qual somos parte.

O CAMINHO ADIANTE
Como nunca antes na história o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Tal renovação é a promessa dos princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta promessa, temos que comprometer-nos a adotar e promover os valores e objetivos da Carta.


Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão de de um modo de vida sustentável a nível local, nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma herança preciosa e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas formas de realizar esta visão. Devemos aprofundar e expandir o diálogo global gerado pela Carta da Terra, porque temos muito que aprender da continuada busca de verdade e de sabedoria.


A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Porém necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e comunidade têm um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação, as empresas, as organizações não governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresa é essencial para uma governabilidade efetiva.


Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações respeitando os acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da Terra junto com um instrumento internacional legalmente vinculante com referência ao ambiente e ao desenvolvimento.


Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, por um compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, pela rápida luta pela justiça e pela paz e pela alegre celebração da vida